250 mil pessoas no ES têm diabetes e entidades cobram serviço especializado

today1 de junho de 2023
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Frente Parlamentar para Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Diabetes, presidida pelo deputado Gandini, garante fazer a interlocução com o governo do Estado para ampliar testes e permitir a capacitação na rede básica de saúde

No Espírito Santo, 6% ou 250 mil pessoas têm diabetes. A informação é do subsecretário de Estado de Atenção à Saúde, Tadeu Marino. Em 2021, pelo menos 214 mil morreram por complicações da doença no Brasil. Os números são um sinal de alerta para uma doença crônica e silenciosa, que pode atacar os rins, o coração e a visão ou até mesmo levar à morte.

Para garantir melhor qualidade de vida para os diabéticos, o presidente da Frente Parlamentar para Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Diabetes, deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania), recebeu entidades de apoio aos pacientes, ontem (31), na Assembleia Legislativa, que cobraram uma rede de atenção primária multiprofissional especializada para atender diabéticos no Sistema Único de Saúde (SUS).

Os profissionais que devem compor as equipes da rede de atenção especializada para atender às pessoas com diabetes são médicos endocrinologistas, nutricionistas, enfermeiros, psicólogos, oftalmologistas, cardiologistas e nefrologistas.

Segundo a coordenadora da Coalizão Vozes do Advocacy em Diabetes e Obesidade, Vanessa Pirolo, os gastos do SUS no tratamento da doença são excessivos por causa das complicações resultantes do tratamento insuficiente por falta de equipe competente, gerando gastos desnecessários com internações, hospitalizações e mortes que poderiam ser evitadas.

Outro aspecto levantado por Vanessa tem a ver com o diagnóstico precoce, não previsto na Lei 13.895, de 30 de outubro de 2019, que instituiu a Política Nacional de Prevenção do Diabetes e de Assistência Integral à Pessoa Diabética. Trata-se da exigência do teste de glicemia obrigatório nos atendimentos de urgências e emergências.

“O SUS é o sistema universal (de saúde) melhor do mundo, mas sabemos das lacunas e é preciso solucioná-las. Temos feito audiências públicas junto ao Ministério da Saúde e também temos discutido a questão da obesidade, que tem ligação estreita com a diabetes. Essa frente parlamentar vai ajudar a colocar as políticas públicas para melhorar o acesso das pessoas que precisam de tratamento mais adequado no SUS”, declarou Vanessa.

Gandini abriu os trabalhos da Frente do Diabetes: diálogo com o governo do Estado para melhorar qualidade de vida dos portadores da doença.

A coordenadora da Associação de Diabéticos do Espírito Santo (Adies), Lorena Bucher, destacou a necessidade de orientações, programa de educação e capacitação atualizada da rede básica de saúde.

“Queremos propor políticas públicas em saúde primária. As pessoas que nos procuram são pessoas com diabetes totalmente descompensada, que não conseguem assistência de oftalmologistas, de nutricionistas, nada!”, enfatizou Lorena Bucher, acrescentando que os profissionais precisam de treinamento para atender o paciente.

Tadeu Marino, por sua vez, destacou que é necessário o controle social e que a saúde pública é de responsabilidade da União, estados e municípios. Nesse tripé, apontou, o município tem papel fundamental porque é ele o responsável pela atenção primária.

“A atenção primária é gestão municipal, não é estadual. A atenção primária é fundamental porque ela ordena e organiza o sistema de saúde. E em qualquer doença existe uma coisa chamada linha de cuidado”, explicou o subsecretário, ilustrando que um paciente com maiores complicações deve ter preferência em relação àqueles com menor gravidade.

Gandini, que descobriu com 37 anos ser portador da doença, garantiu que vai fazer a interlocução entre o poder público e as entidades porque há uma necessidade grande de formação para lidar com o diabetes.

“Não temos o número de especialistas suficientes. Então, é preciso dar formação para os que não são especialistas, mas que atendem na rede básica. Vou discutir com o governo do Estado o que pode ser melhorado no que se refere à falta de medicamentos, principalmente em apoio às crianças. As agulhas ainda são muito grossas! Isso tudo será discutido com a participação do Ministério Público, para que as compras sejam adequadas”, informou.

fotos JV Andrade/Assembleia Legislativa

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