Surgimento de caso de raiva coloca a população em alerta

today20 de abril de 2023
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Diagnóstico de raiva em morador de um município mineiro próximo ao Espírito Santo traz de volta preocupação sobre a doença

A confirmação do caso de raiva humana em um idoso, morador de Mantena, município que faz divisa com o Espírito Santo, provocou um alerta na população. “A raiva é uma doença viral transmitida por mamíferos. No Brasil, a origem das infecções parte dos morcegos”, explica a infectologista Ana Carolina D’Ettorres.

A raiva humana, como é chamada ao atingir humanos, pode ser transmitida sempre que um mamífero entra em contato com uma secreção infectante, como a saliva e algum tecido do sistema nervoso central.

Ana Carolina detalha que, em geral, busca-se a história epidemiológica para fazer o diagnóstico, verifica-se se houve algum acidente com animais, como mordida de gato, cachorro, lobo ou morcego, por exemplo. “Qualquer acidente com animal que lese a pele é um acidente que precisa ser avaliado quanto ao risco de raiva e se há indicação de profilaxias como vacinas e imunoglobulina”.

Depois que uma pessoa é mordida existem sinais e inflamatórios locais causados no momento em que o vírus começa a invadir os músculos. Em seguida a pessoa começa a ter sensação de formigamento e anestesia, além de pequenos tremores na musculatura. Esse é o sinal de que o vírus já está atingindo o nervo. 

“Mais tarde a raiva evolui para um quadro de encefalite, que é uma inflamação de todo o sistema nervoso central, o que provoca convulsão, confusão mental e queda de nível de consciência, sintomas que levam a um quadro grave. Se o indivíduo tem um acidente com algum animal mamífero deve procurar imediatamente atendimento médico para avaliação quanto aos riscos de raiva”, reforça a infectologista.

A raiva tem tratamento, os casos são 100% preveníveis, desde que sejam avaliados e que a profilaxia  seja indicada nos tempos certos. Entretanto, a doença tem alta letalidade.

“Até hoje raríssimas pessoas que tiveram raiva humana sobreviveram, mas ficaram com sequelas neurológicas. É fundamental agir antes que o vírus atinja o sistema nervoso. Existem vacinas para quem se acidenta e para pessoas que estão mais expostas, como aquelas que fazem recolhimento de animais, por exemplo. Esses podem receber a vacina pré-exposição”.

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