Sêxtuplos devem permanecer na Utin por pelo menos três meses
Quezia Romualdo recebeu alta da UTI nesta segunda-feira (02); quadro dos bebês é delicado, mas estável
As primeiras horas são de boas notícias: Theo, Matteo, Lucca, Henry, Eloá e Maytê estão estáveis e são acompanhados de perto na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin), em Colatina.
Os sêxtuplos nasceram na tarde deste domingo (01), em um parto rápido e realizado dentro das expectativas da equipe médica. O maior bebê nasceu com 1,03 kg e o menor com 635 gramas, enquanto os demais têm peso acima de 800 gramas. A mãe, Quezia Romualdo, passa bem e teve alta da Unidade de Terapia Intensiva ainda nesta segunda-feira (02).
“Um parto de seis eu nunca tinha feito. A gente fica ansioso, atento, por conta da delicadeza do quadro. Desde o início do pré-natal sabíamos que seria um parto delicado. Mas foi tudo dentro do esperado, sem nenhuma intercorrência, e o parto aconteceu de forma bem tranquila. Ela iniciou um trabalho de parto franco, de forma espontânea, e por isso optamos por fazer o parto no domingo. A Quezia está muito bem, se recuperando dentro do esperado”, contou o obstetra Thiago Martinelli.
A pediatra Bianca de Medeiros, coordenadora da Utin, explica que, por conta da idade gestacional – 27 semanas -, o quadro dos bebês é delicado, embora estável. “São crianças graves, por conta da idade gestacional. Mas eles estão estáveis, precisando de suporte ventilatório nessas primeiras horas de vida. Sabemos que os bebês perdem peso quando nascem, nessa primeira semana a perda de peso é esperada. Trabalhamos com suporte nutricional para que elas possam desenvolver o peso da melhor forma possível”, afirma.
De acordo com a médica Júlia Mattedi, diretora técnica do hospital, para que tudo ocorresse como planejado, uma grande equipe de profissionais foi mobilizada e treinada antecipadamente.
“Organizamos uma força tarefa, uma equipe especial para um parto que exigia uma atenção maior. Foram 32 profissionais, incluindo oito pediatras especialistas em neonatologia, três cirurgiões, enfermeiros, técnicos de enfermagem e anestesistas. Tudo para dar o suporte adequado aos bebês da Quezia. Deu tudo certo, dentro do esperado”, explicou Júlia.
Pai acompanhou o parto
Pai dos bebês, Magdiel Machado Costa, acompanhou todo o parto e já visitou os sêxtuplos na Utin nesta segunda-feira (02). Parte da família, incluindo a irmã mais velha – Heloísa, também estava no hospital no momento do parto. Os familiares ficaram em uma sala reservada e puderam ver o momento em que os bebês eram levados para a Utin.
“Fiquei o tempo todo do lado dela (Quezia). Vi um por um saindo, desde o primeiro até a menorzinha. Eu já estava preparado para um cenário de guerra, aquela correria dentro da sala de parto. Mas foi tudo muito tranquilo, estamos muito felizes. Agora é só gratidão por ter dado tudo certo, e aguardar o desenvolvimento deles. A gente fica contando os minutos para o momento da visita, para poder ver eles na Utin. É um processo longo, mas vai dar tudo certo. A família toda quer ver os bebês, mas por enquanto só nós podemos ter contato com eles”, conta o pai.
Bebês ficarão na Utin
Os sêxtuplos seguirão internados na Utin pelos próximos meses. Não é possível determinar quando os bebês terão alta. Os irmãos podem ser liberados para casa em datas diferentes, à medida que ganharem peso.
“Nós já tivemos bebês menores e mais novos que os sêxtuplos aqui no hospital. Mas seis de uma vez só é a primeira vez. Demandou muita organização, treinamentos, para que toda equipe estivesse engajada em prestar o melhor atendimento possível. O tempo aproximado de internação é de três meses, mas isso é uma previsão, tudo vai depender se eles vão evoluir para alguma intercorrência ou não. Quando eles estiverem maiores, um pode evoluir mais rápido que o outro e ir para casa antes dos irmãos”, esclarece Bianca de Medeiros, coordenadora da Utin.