Gandini propõe ações para despoluir a Lagoa Juara, na Serra

today27 de março de 2024
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Para o presidente da Comissão de Proteção ao Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, o mais urgente é conectar mais de 8 mil casas à rede de esgoto

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Fiscalizar as 8 mil ligações que ainda não foram feitas à rede de esgoto; visitar a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Jacaraípe e as elevatórias, para averiguar se o sistema está funcionando corretamente; solicitar que novas análises da água sejam feitas em outros pontos da Lagoa Juara, para investigar se os peixes estão contaminados e impróprios ao consumo; e cobrar o exame de balneabilidade na Praia de Jacaraípe, que deve ser disponibilizado aos moradores e turistas.

Essas são algumas medidas que foram anunciadas pelo presidente da Comissão de Proteção ao Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Fabrício Gandini (PSD), para reduzir a poluição na maior lagoa do município da Serra, a Juara, que recebe até 4 mil pessoas por fim de semana.

As ações foram divulgadas após a reunião realizada pelo colegiado, na tarde desta quarta-feira (27), que contou com a presença do técnico de Meio Ambiente e morador de Jacaraípe, Claudiney Rocha.

Claudiney denunciou a contaminação da lagoa e de seus mananciais: o Córrego das Laranjeiras e o Córrego Dr. Robson. “É quase impossível falar que ali não tem esgoto por conta do odor, da água escura. Se ela está sendo tratada, por que sai daquele jeito? Se nós pagamos 80% de taxa de esgoto, por que ele cai assim na natureza?”, questionou.

Segundo ele, a poluição afeta a fauna e a flora, e o consumo da pesca. “Tem vários pescadores artesanais que vivem da pesca na lagoa. Afeta também o turismo”, explicou, enfatizando que praticamente tudo o que é vendido nos restaurantes e peixarias vêm de fora.

De acordo com Claudiney, que é morador da Serra há 35 anos, sendo 23 deles vividos em Jacaraípe, a Ambiental Serra, concessionária da Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan), assumiu o serviço de saneamento em 2017 e, desde então, afirmou ter elevado o índice de tratamento de esgoto de 58% para 93,36%, o que o morador contesta.

“Infelizmente, não é o que consta na aparência de nossos mananciais, pois podemos ver uma grande contaminação de esgoto em nossos rios, córregos e lagoas. Além disso, há uma cobrança de taxa de esgoto sobre o consumo da água de cada residência, mas o serviço está sendo efetivamente prestado?”, indagou.

A ETE trata o esgoto e faz o lançamento no Rio Jacaraípe. O rio possui conexão com a Lagoa Juara, o que estaria causando a poluição. Além disso, segundo foi informado, cerca de oito mil imóveis na região não estão conectados à rede de esgoto, gerando o descarte também nas bacias hidrográficas.

A representante da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), Aline Keller, declarou que a instituição faz o monitoramento de um ponto na lagoa a cada três meses e os resultados não são bons. De acordo com ela, na página principal do site da agência, você encontra os boletins de qualidade disponíveis por bacia hidrográfica, podendo acompanhar os resultados dos monitoramentos.

Em resposta, o gerente da Unidade Gestora de Parceria Público-Privada (Ambiental Serra/Cesan), Douglas Oliveira Couzi, afirmou que a companhia vem fazendo o seu papel, e se disponibilizou para ouvir as cobranças, monitorar e buscar as respostas.

“É um lançamento indevido, mas, ao mesmo tempo, todo o esgoto coletado é tratado e resolvido. Estamos buscando, com o apoio de todos vocês e da Prefeitura da Serra, coletar o restante que não está conectado”, garantiu.

por Gleberson Nascimento e Giulia Pin
foto Ellen Campanharo

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