Apneia obstrutiva do sono: como reduzir seus efeitos e melhorar a qualidade do sono

today28 de março de 2025
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Distúrbio pode ser controlado por meio de mudanças no estilo de vida e tratamentos específicos, como o CPAP, cirurgia e a fonoterapia, melhorando a qualidade de vida e prevenindo complicações graves, como doenças cardiovasculares

A apneia obstrutiva do sono (AOS) é um distúrbio que afeta milhares de pessoas, caracterizado por pausas respiratórias repetitivas durante o sono, levando à fragmentação do descanso e a possibilidade de consequências graves, como problemas cardiovasculares e metabólicos. Os sintomas ainda incluem ronco persistente, sonolência excessiva durante o dia, sensação de sono não reparador, dor de cabeça pela manhã e dificuldade de concentração.

No Brasil, um estudo realizado na cidade de São Paulo, revelou que quase 33% da população paulistana sofre de AOS, com uma prevalência ainda maior entre os idosos.

Segundo o Dr. Nilson André Maeda, otorrinolaringologista e médico do sono, “o manejo adequado da apneia obstrutiva do sono é fundamental não só para melhorar a qualidade de vida do paciente, mas também para evitar complicações mais graves, como hipertensão e doenças cardíacas”. Para quem sofre de AOS, adotar estratégias tanto gerais quanto específicas pode ajudar a reduzir os impactos da doença.

Entre as medidas gerais, o especialista destaca a importância de manter uma boa higiene do sono, que envolve criar uma rotina regular de sono e garantir um ambiente propício ao descanso. “Evitar o consumo de bebidas alcoólicas e sedativos antes de dormir é crucial, pois essas substâncias podem agravar os episódios de apneia”, explica Dr. Nilson. Além disso, dormir de lado pode ser uma alternativa eficaz, especialmente para os casos de apneia posicional. “Essa simples mudança de posição pode reduzir a gravidade dos episódios”, afirma.

O controle de peso corporal também é uma estratégia importante. O excesso de peso, especialmente com aumento da circunferência do pescoço, pode piorar os sintomas da AOS. “A redução do índice de massa corporal (IMC) está associada a uma menor severidade da apneia, mas é importante lembrar que a doença pode ocorrer também em pessoas magras”, alerta o otorrinolaringologista.

Em relação aos tratamentos específicos, existem várias opções para melhorar a condição. A fonoterapia, por exemplo, consiste em exercícios miofuncionais orofaciais que ajudam na musculatura da língua, do palato e da orofaringe.

“Esses exercícios podem ser eficazes para reduzir a gravidade da apneia, fortalecendo as estruturas para manutenção da via aérea aberta”, explica o Dr. Nilson. Outra opção são os dispositivos intraorais, para os casos leves a moderados, que reposicionam a mandíbula e a língua durante o sono, facilitando a passagem do ar.

Para casos moderados a graves, o tratamento com CPAP (Terapia com Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas) é considerado o padrão-ouro. “O CPAP mantém as vias aéreas desobstruídas, permitindo uma respiração tranquila e um sono reparador”, afirma o médico.

Estudos com alto nível de evidência demonstram que o uso regular desse dispositivo melhora a qualidade do sono e tem efeitos positivos na pressão arterial e na saúde cardiovascular. No entanto, a adesão ao tratamento pode ser um desafio para alguns pacientes, que encontram dificuldades no uso contínuo do aparelho.

Em casos mais específicos, abordagens cirúrgicas, como a faringoplastia ou a cirurgia ortognática, podem ser necessárias para ampliar a via aérea e melhorar a respiração durante o sono. “Cada caso precisa ser avaliado de maneira individualizada, levando em consideração a gravidade da apneia e as características anatômicas do paciente, ou seja, o tratamento deve ser personalizado”, enfatiza Dr. Nilson.

A apneia obstrutiva do sono é uma condição que exige um diagnóstico preciso e o acompanhamento com um especialista em medicina do sono é essencial para garantir a melhor abordagem terapêutica e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. “Com o tratamento adequado, é possível reduzir os efeitos da apneia obstrutiva do sono, dormir bem e viver de forma mais saudável”, conclui Dr. Nilson.

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