Após shows marcantes, Eloá Puri prepara lançamento de novo EP

today5 de novembro de 2024
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A artista indígena é um dos principais destaques na música do Espírito Santo, resgatando ancestralidade e lutando sonoramente por sua cultura

Cantora, compositora e escritora nascida no Caparaó capixaba, a artista indígena Eloá Puri desponta como um dos principais destaques da cena musical do Espírito Santo nestes tempos. Com originalidade sonora – amparada pela riqueza histórica – e luta pela defesa de sua cultura, Eloá tem chamado a atenção de festivais, curadorias e premiações por todo o país – e até pelo mundo.

Sua reta final de 2024 e a perspectiva para a virada de 2025 têm sido momentos especiais. A artista lançou a turnê Orutuna , palavra que significa valentia na língua Puri, e já protagonizou dois momentos mágicos.

No primeiro ato, Eloá estreou a apresentação no Teatro Sesi, em Vitória, no dia 29 de setembro. E lotou o local. Assim que anunciou o show, os ingressos se esgotaram em apenas quatro dias – algo quase inimaginável para um músico independente, a não ser que este esteja em plena ascensão.

Já no segundo passo, dia 22 de outubro, a artista se apresentou no Mate Festival, em Coimbra, Portugal, ao lado de Daniel Silva, diretor musical de seus trabalhos. Eloá foi a única indígena presente no evento e se destacou por imprimir significado histórico com arte contemporânea.

Agora, ela se prepara para lançar seu novo EP, “Um Raio Não Cai Duas Vezes no Mesmo Lugar”, previsto para o primeiro semestre de 2025. A coletânea reunirá quatro canções, num trabalho – como promete Eloá – que vai evocar “ira, ousadia e desejo”.

A artista, em dezembro de 2022, já havia lançado seu primeiro álbum, “Luare”, com oito canções que vivenciam o território ancestral. O trabalho chamou a atenção e o single do disco, “Você Não Me Conhece”, segunda faixa, venceu como melhor composição no Prêmio da Música Capixaba de 2023, quando Eloá foi a artista que recebeu mais indicações. Na mesma cerimônia, “Luare” deu a Daniel Silva o título de melhor produtor musical.   

“Todos esses movimentos que acontecem me fazem acreditar que viver da música não é só um sonho; tem se tornado algo que eu posso alcançar de verdade. Minha vontade é de nunca mais parar. Continuar circulando, conhecendo esse tanto de gente no meio do caminho. É só o começo”, projeta Eloá.  

Vermelho de pele e sangue
A jornada cultural de Eloá Puri pela defesa de seu povo também desaguou na literatura. Este ano, a compositora e escritora lançou o livro de poemas “Vermelho de pele e sangue”.

A obra instiga humanidade e provoca a razão de nossa existência, com traços que resgatam memórias ancestrais das montanhas do Caparaó capixaba. Memórias que ressoam em nós e em toda a sociedade.
Com o lançamento, Eloá dividiu mesa de debate com a escritora e Embaixadora Universal da Paz Eliane Potiguara; e com a ativista indígena Geni Núñes, doutora em Ciências Humanas e mestre em Psicologia Social.

O link para adquirir o livro:
https://www.lojapedregulho.com.br/puri?srsltid=AfmBOoqFvCpWstRCqnsbmNpPsFm5SRBIueat3zceInP5UtL1LZWqZe8r

A artista
Eloá se dedica à música autoral há oito anos. Em 2022, adotou o nome étnico Puri, como ato de retomada da própria ancestralidade. Ela canta pela resistência anticolonial e traz tal enfrentamento para o centro de sua expressão estética e militância indigenista.

Suas obras fazem referência aos povos diaspóricos, com sonoridade afro-indígena, interpretando elementos das montanhas interioranas (onde nasceu) e ressignificando sua vivência dentro do contexto urbano.

foto Rodrigo Silveira

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