Câncer de pulmão: entenda por que os fumantes devem fazer exames periódicos
De acordo com o Inca, cerca de 90% dos casos estão relacionados ao uso do tabaco e em estágio inicial, doença pode ser assintomática
Considerado um dos tumores mais letais no Brasil, o câncer de pulmão também está entre as principais causas de morte que poderiam ser evitadas. Isso porque cerca de 90% dos casos são ligados ao tabagismo. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), este tipo de câncer é o terceiro mais frequente entre os homens e o quarto entre as mulheres, com estimativas de 32.560 novos casos em 2023.
Apesar da intensa campanha contra o tabagismo no país nas últimas décadas, os impactos do cigarro na saúde pública continuam altos. Em 2019, o Sistema Único de Saúde (SUS) gastou R$ 127,5 milhões com internações em UTI e vários tipos de terapias e cirurgias para tratar pacientes com câncer de pulmão, segundo levantamento realizado pelo Instituto de Ensino e Pesquisa Insper.
Além disso, a popularização de novos produtos relacionados ao tabaco, principalmente entre os mais jovens, preocupa os especialistas em saúde. “Os vapes, por exemplo, estão muito em alta e muita gente pensa que eles não são tão danosos quanto os cigarros comuns. No entanto, qualquer tipo de tabagismo é prejudicial e pode levar ao câncer de pulmão”, explica Isabella Favato, oncologista.
De acordo com a médica, a recomendação é que fumantes e ex-fumantes sejam acompanhados por um pneumologista e realizem exames de imagem no tórax ao menos uma vez por ano. “É importante fazer esse rastreamento porque a doença muitas vezes não mostra sinais em estágios iniciais, quando a cura é mais possível”, completa a especialista
Sintomas podem confundir
Embora muitas vezes assintomático em seus estágios iniciais, o câncer de pulmão pode se manifestar através de uma tosse que não mostra sinais de melhora, falta de ar e dores no peito, sintomas que podem ser confundidos com as de doenças respiratórias comuns, como alergia, pneumonia e bronquite. De acordo com o Inca, apenas 16% dos casos são diagnosticados em fase inicial.
Quando o câncer está em estágio mais avançado, a tosse fica mais intensa e costuma estar acompanhada de sangue. A dor no peito se torna constante e a dificuldade para respirar acontece mesmo em momentos de repouso. Também é comum haver perda de peso involuntária, uma sensação contínua de exaustão e falta de apetite.
Tratamento
Se detectado precocemente, o tratamento do câncer de pulmão envolve uma cirurgia para a retirada da parte afetada do órgão. “Em casos mais complexos, podem ser necessários a radioterapia, a quimioterapia ou outros tratamentos mais modernos como imunoterapia ou terapia alvo”, avalia a médica.
A imunoterapia tem dado bons resultados nos últimos anos. Trata-se de uma técnica que gera um estímulo ao próprio organismo para combater os tumores, facilitando o reconhecimento das células malignas pelo sistema imunológico.