Dirigido por Mário Martone, “Nostalgia” chega aos cinemas nesta quinta-feira, 5 de outubro

today4 de outubro de 2023
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Pierfrancesco Favino interpreta o protagonista que volta à sua cidade, Nápoles, e a encontra transformada

Exibido no Festival de Cannes e indicado em nove categorias no prêmio da Academia Italiana de Cinema, o David di Donatello, – entre elas, Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Ator – NOSTALGIA é um longa sobre o passado pelo olhar do presente, as transformações e mudanças pelas quais passaram tanto Nápoles quanto seu protagonista, Pierfrancesco Favino (“O Traidor”), quando retorna à sua cidade. É nesse tom que se desenvolve o filme dirigido por Mário Martone, que chega aos cinemas nesta quinta-feira, 5 de outubro, das seguintes praças: São PauloRio de JaneiroBelo HorizonteBrasíliaCuritibaFlorianópolisMaceióNiteróiPorto Alegre e Salvador. A classificação indicativa é 14 anos.

Favino interpreta Felice Lasco, um homem que volta à sua cidade natal, depois de quatro décadas e a encontra totalmente transformada, quase irreconhecível. Mas será que só a cidade mudou ou ele também? Com roteiro assinado por Martone e Ippolita Di Majo, o longa é inspirado no livro homônimo de Ermanno Rea.

Martoni, que era amigo de Abbas Kiarostami, falou em entrevista que acredita que o mestre iraniano iria gostar do filme, pois teve o cinema do Irã como inspiração. “Gosto do cinema iraniano por vários motivos. Os filmes dos diretores iranianos são rodados na rua, você vê pessoas reais, e aí eles têm força para ainda serem contos morais, NOSTALGIA é um pouco disso também, e isso não é mais comum”, comenta o cineasta.

Nascido em Roma, Favino, por sua vez, conta que o maior desafio para o papel foi aprender o dialeto napolitano. “Na Itália, há um enorme respeito pela língua napolitana. Todos os nossos dramaturgos vêm de Nápoles. E há uma história incrível de atores napolitanos que sempre admirei. E eu estava cercado por napolitanos, então não só tive que aprender, mas também temi o julgamento deles.” Além disso, ele também aprendeu um pouco de árabe para o filme, pois seu personagem vive no Oriente Médio.

O diretor explica que busca em NOSTALGIA algo muito próximo da atualidade, deixando o longa aberto aos acontecimentos durante a filmagem. “Fiquei fascinado com a ideia de fazer um filme não dentro de uma cidade, mas dentro de um bairro, como se fosse um tabuleiro de xadrez, e por isso todas as ruas, casas e indivíduos que aparecem no filme são exclusivamente do Rione Sanità, um bairro napolitano separado do mar.”

Para conseguir a naturalidade e desbravar o bairro, ele conta que convidou elenco e equipe a andar pelas ruas, a se perder naquele lugar, como um labirinto, e, só assim, começar a entender o que realmente é aquele lugar. “Com a câmara nos ombros, começamos a caminhar pelas ruas, na nossa interpretação do cinema da realidade. Encontro após encontro, vida após vida, história após história, acabamos filmando a última cena nos perguntando qual seria o seu significado, e não conseguimos encontrá-la. Talvez não haja sentido, talvez nunca tenha havido. Existe o labirinto e existe a nostalgia, que é o destino de muitos, e talvez de todos nós.”

Desde sua exibição em Cannes, o filme tem sido muito bem recebido, tendo diversas críticas elogiosas. “O filme lindamente filmado e soberbamente composto de Mário Martone oscila à beira de algo especial”, diz Peter Bradshaw, no jornal The Guardian. “Com o queixo sempre contraído e a testa sempre franzida, o estoicamente carismático Favino é a âncora humana certa para este projeto: simpático de uma forma forte e silenciosa, mas igualmente capaz de se fundir nos quadros movimentados e sombrios da agitação urbana do filme”, escreve Guy Lodge, na Variety.

Sinopse
Após 40 anos longe de casa, Felice retorna ao lugar onde nasceu, no Centro de Nápoles, e redescobre os lugares em que andava, os códigos do bairro e um passado que o devora. Baseado no romance homônimo, de Ermanno Rea (1927–2016). Seleção oficial do Festival de Cannes 2022.

Ficha Técnica
Direção: 
Mário Martone
Roteiro: Martone, Ippolita di Majo, baseado em livro de Ermanno Rea
Produção:  Luciano Stella, Roberto Sessa, Maria Carolina Terzi, Carlo Stella
Elenco: Pierfrancesco Favino, Francesco Di Leva, Tommaso Ragno, Aurora Quattrocchi, Sofia Essaidi, Nello Mascia, Emanuele Palumbo, Artem, Salvatore Striano, Virginia Apicella
Direção de Fotografia: Paolo Carnera
Desenho de Produção: Carmine Guarino
Montagem: Jacopo Quadri
Gênero: drama
País: Itália 
Ano: 2022
Duração: 117 minutos
Classificação Indicativa: 14 anos

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