Documentário inédito investiga os impactos do consumo excessivo das redes sociais no cérebro
O filme revela que brasileiros ficam, em média, 5 horas e 30 minutos por dia nas telas dos Smartphones — mais de um terço do tempo em que estamos acordados
Em um mundo cada vez mais acelerado, os smartphones se tornaram uma extensão de nós mesmos, proporcionando acesso instantâneo a uma infinidade de conteúdos. As redes sociais, em particular, têm um poder magnético graças aos reforços intermitentes habilmente incorporados em nossas experiências digitais. Para jogar luz sobre o tema, o documentário científico inédito “Dopamina – Os Efeitos das Redes Sociais no Cérebro”, a ser exibido com exclusividade no Curta!, parte de pesquisas e depoimentos com especialistas e questiona, com humor, nossos hábitos e comportamentos relacionados aos aplicativos. A direção é de Léo Favier, com produção da ARTE France e da Les Bons Clients.
Laurent Madelain, especialista em comportamento humano, nos explica como esses reforços moldam nossas interações com os aplicativos. “Quando somos recompensados de forma imprevisível, seja com likes, mensagens ou descobertas inesperadas, nosso cérebro entra em um estado de antecipação. A incerteza dessas recompensas cria um loop vicioso, onde nos sentimos compelidos a rolar o feed em busca de mais gratificação”, explica.
Outros especialistas narram que, com o tempo, esse padrão de comportamento se transforma em hábito. A motivação inicial de receber recompensas é substituída pela rotina diária. Ao entrar no metrô ou esperar em uma fila, nosso cérebro automaticamente recorre ao telefone, sem pensar na possível recompensa. É como se a própria situação se tornasse um gatilho para o uso do smartphone.
No entanto, esse hábito não é impulsionado apenas pelas recompensas imediatas. Mesmo que elas se tornem escassas ou inexistentes, ainda continuamos rolando o feed em busca de algo interessante. Essa busca incessante por estímulos novos e agradáveis é alimentada pela memória de experiências passadas e pela esperança de que algo valioso esteja à espreita nas próximas rolagens.
O resultado é um fenômeno crescente: passamos cada vez mais tempo em nossos smartphones, muitas vezes sem perceber a quantidade de horas que se acumulam ao longo do dia. O longa apresenta dados, revelando que na França e na Alemanha o tempo de tela já chega a 3h30 diárias, um aumento significativo em relação a alguns anos atrás. Nos Estados Unidos, esse número ultrapassa as 4 horas, superando o tempo gasto assistindo televisão. E, no Brasil, atinge impressionantes 5h30, mais de um terço do tempo em que estamos acordados.
O documentário também levanta questionamentos no que se refere a essa conexão contínua com nossos dispositivos. “Estamos aproveitando ao máximo nosso tempo de forma produtiva? Ou estamos nos perdendo em um ciclo vicioso de hábitos digitais? É essencial refletirmos sobre nosso uso de smartphones e redes sociais, reconhecendo a importância de estabelecer um equilíbrio saudável entre a tecnologia e o mundo real”, questiona.
Embora as redes sociais proporcionem valiosas conexões e oportunidades, os profissionais entrevistados garantem que é crucial que sejamos mais conscientes sobre nossos comportamentos digitais. Ao estarmos cientes dos efeitos dos reforços intermitentes e dos hábitos que criamos, podemos fazer escolhas mais informadas e construtivas em nosso relacionamento com a tecnologia. Afinal, o poder de moldar nossas experiências digitais está em nossas mãos.
“Dopamina – Os Efeitos das Redes Sociais no Cérebro” pode ser assistido também no Curta!On – Clube de Documentários, disponível na Claro TV+ e em CurtaOn.com.br. Novos assinantes inscritos pelo site têm sete dias de degustação gratuita de todo o conteúdo. A estreia é na Sexta da Sociedade, 25 de agosto, às 23h.