Empresários querem mudanças na concessão do Pavilhão de Carapina, na Serra

today18 de março de 2022
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Deputado estadual garantiu que vai convergir interesses dos empresários do setor de turismo de negócios com a proposta do governo do Estado de modernizar o local.

Com a intermediação do presidente da Frente Parlamentar da Parceria Público-Privada (PPP) da Assembleia Legislativa, deputado estadual Bruno Lamas (PSB), o governo do Estado, representado pelo gerente de Estudos e Negócios Turísticos da Secretaria de Estado do Turismo (Setur), Rafael Granvilla, admitiu hoje (18), durante reunião realizada pela Frente, que poderá ocorrer mudanças no edital de concessão do Pavilhão de Carapina, na Serra.

“Hoje foi mais uma etapa. Estamos montando o edital. Queremos que o setor de turismo se manifeste, contribua. Vamos apresentar as propostas dos empresários ao governo. Mas queremos atender cada vez melhor. O Pavilhão de Carapina é uma importante ferramenta”, declarou Granvilla.

Na reunião, empresários do setor de eventos demonstraram preocupação com o modelo de concessão do Pavilhão de Carapina. Para eles, a minuta de edital deve passar por ajustes para não afugentar investidores e não penalizar o segmento turístico capixaba. As sugestões apresentadas serão encaminhadas pela Frente Parlamentar ao governo do Estado, responsável pelo processo.

Empresários do setor de eventos demonstraram preocupação com o modelo de concessão do Pavilhão de Carapina.

“Foi uma reunião muito equilibrada e positiva. O governo já tomou a decisão de fazer um Centro de Convenções à altura do nosso Estado. O modelo, naturalmente, precisará de contribuições. A Frente Parlamentar possibilitou hoje, por meio da participação de moradores e das entidades representativas do setor de turismo de negócios, outras importantíssimas avaliações”, declarou Bruno.

O presidente do ES Convention Bureau, Elcimar de Paula, questionou a inovação prevista no projeto de concessão. Segundo ele, os quase R$ 22 milhões previstos como investimentos estão vinculados à resolução de problemas estruturais, espécies de reparos, mas que no final das contas são obras emergenciais de infraestrutura e não priorizam a inovação.

Outra reclamação é sobre a área a ser terceirizada, que diminuiu, passando de 209 mil m² para 108 mil, o que dificultaria a captação de novos eventos.

“O espaço está ficando apertado para feiras, como a do mármore e da Acaps, que já praticamente tomam todo o espaço do pavilhão. Assim, o evento não consegue crescer, por não ter um espaço adequado. Os investimentos são grandes. Tudo que se faz é preciso colocar uma grande estrutura ali envolvendo ar-condicionado, elétrica e tendas, o que inviabiliza alguns eventos. Não há um auditório, uma sala ampla bem climatizada, o que dificulta na captação”, enumerou Elcimar.

À vontade na reunião, os empresários começaram a apresentar o que acreditam ser o modelo ideal. O momento de maior emoção foi protagonizado por Marcos Milanez, diretor da Milanez & Milaneze, empresa de organização de feiras, que avaliou o edital com bons olhos, mas ponderou sobre os investimentos na infraestrutura do local.

DIFICULDADES
Com a voz embargada, Marquinhos, como é conhecido no setor de turismo, foi aplaudido pela plateia ao revelar as dificuldades que o segmento enfrenta para atuar, como por exemplo o custo de aparelhos de ar-condicionado para a realização de eventos que, segundo ele, gira em torno de R$ 1 milhão e é repassado ao expositor, o que contribui para a perda de competitividade.

“Isso é um desrespeito com o setor”, disse ele, informando que o Espírito Santo é o único estado do Sudeste que não tem um pavilhão para grandes eventos.

A redução da área a ser concedida também foi criticada. “A gente precisa realmente repensar esse modelo de negócio e o Estado realmente fazer esse investimento e aí sim propor à iniciativa privada”, defendeu.

O superintendente da Associação Capixaba de Supermercados (Acaps), Hélio Schneider, reforçou o apelo. Ele frisou os problemas estruturais existentes no espaço e pediu um projeto viável para o investidor.

“Caso contrário vai ficar igual à BR-262, que entra em licitação, mas não aparece ninguém”, exemplificou.

A expectativa é que em o edital seja publicado em novembro. Ele explicou que o espaço a ser concedido tem 108 mil m², três pavilhões e outros espaços externos para eventos. O contrato terá prazo de 30 anos e valor total de R$ 139 milhões. Outros R$ 21,9 milhões serão destinados somente para investimentos mínimos.

Além de explorar a arena multiuso, como está sendo chamado o pavilhão, a concessionária poderá implantar projetos associados, como espaços comerciais, sem contraprestação por parte do Estado.

Anfitrião, Bruno concluiu com um olhar otimista para o futuro. Para ele, o governo já decidiu pela criação de um Centro de Convenções porque irá gerar trabalho, emprego e renda.

“Temos um dever de casa para a Frente, que é preparar o relatório. Vamos buscar o governador, a Secretaria de Turismo e o empresariado para que possamos convergir o interesse de todos”, declarou.

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