Mito ou Verdade: bebês podem ter rinite?
Bebês podem ter rinite? Esta pergunta faz parte do repertório de famílias que vivenciam bebês que espirram muito ou desenvolvem quadros que, num primeiro momento, aparentam ser alérgicos. E sim, bebês podem ter rinite. A rinite alérgica, por exemplo, é uma doença genética que pode ser transmitida pelos pais. Quando os dois pais são alérgicos, as chances de que os bebês também sejam são de 50%. A doença costuma ser mais comum após os dois anos de idade e atinge cerca de 50% das crianças em idade escolar.
Existem várias causas para a rinite em bebês, entre elas resfriados, exposição a cheiros fortes, poeira e doença do refluxo gastroesofágico, que pode direcionar o conteúdo do leite que está no estômago até a região nasal.
“A partir dos cinco anos, é possível fazer exames para averiguar cada situação. Antes disso, o sistema imunológico não está formado completamente e não é possível afirmar”, conta o médico Paulo Mendes Junior, otorrinolaringologista.
Um sintoma comum em bebês que confunde com o diagnóstico de rinite e sinusite é o refluxo gastroesofágico, quando o ar do estômago sobe até a garganta e dá a sensação de congestionado similar a rinite, principalmente após a amamentação.
“Oriento as mamães a sempre darem de mamar com a criança o mais inclinada mais vertical para cima no colo, e colocar para deitar somente uma hora depois”, afirma o especialista.
Entre as medidas para controle da rinite, está fazer a limpeza nasal com soro fisiológico três vezes ao dia. “Se o bebê estiver com muita secreção, lavar com mais frequência e até usar bombinha de aspiração para retirar a secreção que fica muitas vezes parado no pequeno nariz e assim dificultando a respiração, sono e amamentação”, diz Paulo Mendes Júnior.
Lavar o nariz favorece a respiração e evita o contato com vírus e bactérias no ar e, inclusive, que venha a se transformar em sinusite, ou até mesmo uma adenoidite, que é uma inflamação na adenoide.
Para o tratamento, além das lavagens nasais, existem remédios que devem ser recomendados apenas após uma consulta, como sprays nasais ou antialérgicos, de acordo com o peso e idade da criança ou bebê.
“É importante destacar que a rinite precisa ser tratada em qualquer fase da vida, pois ela gera diversos incômodos. Quanto antes ela for analisada, principalmente na fase inicial da vida, maiores serão a chances de um controle assertivo do problema e a partir dos 5 anos com os testes de alergia já realizados, tem a possibilidade de indicar uma imunoterapia, ou seja, uma vacina de rinite em gotas que pinga em casa 3 vezes na semana para controlar e muito os sintomas e complicações da rinite e evitando tantos corticoides e antialérgicos”, completa o especialista.