Número de diabéticos deve dobrar em 30 anos: alimentação é a chave para frear doença
Mais de meio bilhão de pessoas em todo o mundo, incluindo adultos e crianças, vivem hoje com diabetes e esse número pode dobrar nos próximos trinta anos, segundo artigo publicado na revista científica britânica The Lancet que traz números preocupantes. O diabetes é uma das 10 principais causas de morte e incapacidade do planeta. Por isso o assunto deve ser discutido amplamente e nesta segunda-feira, 26, é colocado em evidência no Dia Nacional de Combate a Diabetes.
A dona de casa Lúcia Lea Sossai Boone, de 59 anos, convive com a diabetes há 29 anos e enfrentou uma árdua batalha até conseguir equilibrar a balança. “No começo eu tive muito medo e ainda não sabia o que fazer, o que comer. Chegou a um ponto que precisei tomar insulina para minimizar as taxas. Mas hoje tenho uma vida tranquila porque aprendi a lidar com a situação. Eu faço exercício físico e me alimento bem. Tenho consciência que não posso comer tudo sempre e mantenho a qualidade de vida”, relatou Lúcia.
Na batalha contra a doença, é primordial que as pessoas saibam a importância da boa alimentação, pois a nutrição adequada faz total diferença na vida de quem possui diabetes, tanto tipo 1, quanto tipo 2 que afeta os níveis de açúcar no sangue. Mas o tratamento de cada tipo é diferente, explica a nutricionista Rayanne Pimentel, especialista em doenças autoimunes.
“A diabetes tipo 1 é uma doença autoimune onde o sistema imunológico ataca e destrói as células produtoras de insulina no pâncreas. A insulina é um hormônio extremamente importante e necessário para permitir que as células do corpo absorvam a glicose do sangue e utilizam como fonte de energia. Normalmente, a diabetes tipo 1 é descoberta na infância, período em que a pessoa não tem o hormônio da insulina e possui níveis de glicose sempre altos. Esses níveis mais elevados que geram o desenvolvimento da diabetes”, diz a nutricionista.
“Já a diabete tipo 2 tem como principal fator a resistência à insulina, quando as células do corpo não respondem de forma adequada à ação da insulina”, completa Rayanne. A especialista lembra que a obesidade, falta de atividade física, o próprio envelhecimento e histórico familiar são pontos importantes para o desenvolvimento da doença.
De acordo com Rayanne, a diabetes, normalmente, é uma doença silenciosa, porque o paciente não sente que a sua glicose está alta e quando chega a ter algum sintoma como visão turva ou halitose é porque os níveis de glicose já estão bem altos. Em todo o processo de tratamento, muitas vezes a principal dificuldade do paciente é controlar a alimentação, que é parte fundamental e essencial no controle da doença.
O primeiro ponto para você ter uma boa alimentação é aceitar que existe a doença e fazer o acompanhamento com o médico e nutricionista para um bom controle da glicose, e hoje em dia existem aparelhos para medição. A profissional afirma que os açúcares devem ser cortados da alimentação, assim como carboidratos refinados como pães, bolos, tortas e massas.
“É primordial que o paciente com diabetes mantenha uma alimentação equilibrada, variada e faça atividade física regular. Não existe uma fórmula mágica. É preciso ter consciência e seguir uma vida mais saudável possível para garantir longevidade”, ressaltou Rayanne.