Réus do caso Ruan e Damião são condenados a 60 anos de prisão

today6 de julho de 2023
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O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio dos promotores de Justiça do Júri de Vitória, obteve a condenação de três réus denunciados pelos homicídios dos irmãos Ruan Reis, de 19 anos e Damião Marcos Reis, 22 anos, ocorrido no dia 25 de março de 2018.

Alan Rosário do Nascimento, o “Gordinho”; Rafael Batista Lemos, o “Boladão”; e Gean Gaia de Oliveira, o “Chocolate” foram condenados a 60 anos de prisão — 30 anos para cada vítima, conforme pedido pelo Ministério Público Estadual, no júri realizado na quarta-feira (05/07), no Fórum Criminal de Vitória. 

Os três cumprirão as penas inicialmente em regime fechado. Eles foram denunciados pelo MPES por homicídio duplamente qualificado (por motivo torpe, vinculado à guerra do tráfico de drogas, bem como por recurso que dificultou a defesa das vítimas).

Após o Júri, que durou quase 13 horas, o promotor de Justiça Rodrigo Monteiro avaliou que foi feita Justiça e que as penas chegaram ao máximo permitido pela lei. “O resultado foi dentro do que nós esperávamos, e a justiça foi feita, conforme as provas apresentadas no processo. Finalizamos o júri com a sensação de dever cumprido e esperamos que a família dos meninos tenha seu luto diminuído”, salientou. Também atuaram no júri os promotores de Justiça Bruno de Oliveira e Gustavo Michelsem.

Outros réus
Inicialmente, quatro dos oito denunciados pelo MPES por participação no caso Ruan e Damião Reis seriam julgados na quarta-feira, mas a defesa do réu Flávio Sampaio, o “Coroa” ou “Flavinho”, apresentou à Justiça um atestado médico na terça-feira (04/07) e pediu que ele fosse excluído deste júri por questões de saúde. 

Outros dois réus também denunciados pelo MPES por esse homicídio já foram pronunciados pela Justiça, mas recorreram contra a sentença e aguardam a decisão do recurso. Além deles, o Ministério Público denunciou, posteriormente à primeira denúncia, mais dois réus por participação nos crimes. Contudo, o processo de ambos está em tramitação e ainda não há previsão de quando serão julgados.

Entenda o caso
Conforme a denúncia do Ministério Público, Ruan estava em casa, no Morro da Piedade, na companhia da cunhada, quando foi abordado pelos réus, que estavam disfarçados de policiais, portavam armas de fogo e usavam toucas ninja, coletes e coturnos. O grupo indagou a vítima sobre a localização dos chefes do tráfico de drogas do bairro. Como Ruan não soube informar, foi levado até ao alto do morro sob a mira de armas de fogo.

Damião, ao saber do ocorrido, foi à procura do irmão e o encontrou sob o poder do grupo. Ao questionar a motivação, os dois foram atingidos por mais de 20 disparos de arma de fogo. O crime foi motivado pela disputa do tráfico de drogas no bairro e chamou atenção pela crueldade e quantidade de disparos realizados contra as vítimas, mais de 60 tiros, no total. 

Na sequência do caso, os dois homicídios motivaram diversos outros crimes na região, decorrentes de disputas relacionadas ao tráfico de drogas em bairros de Vitória.

fonte MP/ES
foto ilustrativa

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