UM POUCO DE HISTÓRIA | Conheça sobre o Cemitério dos Escravos de Guaçuí
Segundo historiador, Guaçuí libertou seus escravos antes da Lei Áurea, numa iniciativa de fazendeiros
da região, o que aconteceu no dia 8 de abril
O Cemitério dos Escravos de Guaçuí é considerado um dos pontos históricos e de turismo do município. Por isso, a Prefeitura mantém sempre o local em condições de visitação, principalmente, quando chega 13 de maio, Dia da Abolição da Escravatura, no Brasil. E a presença do cemitério, em Guaçuí, tem sua importância na história, principalmente, pelo fato da abolição ter acontecido antes na região.
A afirmação é feita pelo presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Guaçuí, o ex-prefeito e historiador, Luiz Moulin. Ele conta que, até 1863, Guaçuí – quando ainda tinha o nome de Bom Jesus do Livramento – fazia parte do território mineiro. Só depois, o Império o reconheceu como fazendo parte da província do Espírito Santo. “Por isso, a primeira leva de escravos veio de Minas Gerais e, depois, conforme foram se desenvolvendo as fazendas de café, passaram e ser comprados em outros locais, como Itapemirim, vindos de Moçambique”, conta.
Luiz Moulin narra, ainda, um fato curioso da história. Segundo ele, Guaçuí libertou seus escravos antes da Lei Áurea, porque havia fazendeiros que apoiavam a princesa Izabel, e desejavam fortalecer seus ideais. “Então, no dia 8 de abril de 1888, o coronel José de Aguiar Valim e Francisco Ourique de Aguiar que, segundo registros, tinham mais de 400 escravos, reuniram outros fazendeiros e declararam livres todos os cativos da região”, relata. “Por esse ato, os dois receberam o título de comendadores”, completa.
Essa parte da história de Guaçuí está marcada na presença de locais, como o Cruz do Cativo, diversos centros espíritas, todos dirigidos por mulheres, e mais recentemente, o reconhecimento da comunidade Quilombola, no Córrego do Sossego. E em destaque está o Cemitério dos Escravos que fica localizado na antiga Fazenda da Cachoeira, onde os cativos eram enterrados e que, até hoje, é um ponto de visitação de turistas e de descendentes das pessoas ali sepultadas.
O Cemitério dos Escravos de Guaçuí, antes da pandemia, recebia a visita de alunos de escolas do município e da região e turistas em geral. E para chegar até lá, o visitante que sai de Guaçuí deve seguir pela ES 484 até a entrada da Fazenda da Cachoeira, indo no sentido de São José do Calçado, onde vai dobrar à esquerda e seguir por aproximadamente 1 quilômetro. O cemitério fica numa encosta à direita. Isso, é claro, quando for possível viajar, depois de passada a pandemia do Coronavírus (Covid-19), respeitando o isolamento social.
Fonte PMG